Marketing vira o motor de mercado de shows em que cada turnê é vendida como um evento único e extraordinário

Liniker revela que apresentará em quatro capitais, em 2026, o show da turnê 'Bye bye Caju', marcando o fim do ciclo vitorioso do álbum de 2024 Caroline Lima ...

Marketing vira o motor de mercado de shows em que cada turnê é vendida como um evento único e extraordinário
Marketing vira o motor de mercado de shows em que cada turnê é vendida como um evento único e extraordinário (Foto: Reprodução)

Liniker revela que apresentará em quatro capitais, em 2026, o show da turnê 'Bye bye Caju', marcando o fim do ciclo vitorioso do álbum de 2024 Caroline Lima / Divulgação ♫ ANÁLISE ♬ Hoje, 17 de dezembro, foi Liniker quem anunciou a turnê Bye bye Caju, que passará por arenas e estádios, de junho a dezembro, com o show que encerra o consagrador ciclo do álbum Caju (2024). Ontem foi Diogo Nogueira quem anunciou em entrevista coletiva a turnê Infinito samba com o pretexto de comemorar “20 anos” de carreira. Anteontem, foi o grupo Titãs que anunciou uma (segunda) turnê calcada no álbum Cabeça dinossauro (1986). Dias atrás, foi a banda Barão Vermelho que revelou à imprensa musical que sairá em turnê com a “formação original”. Enfim, é raro o dia que não é enviado um comunicado à imprensa musical sobre uma turnê de cantor ou grupo por grandes espaços, sempre com um gancho jornalístico, nem que seja uma efeméride forjada com o arredondamento de contas. Mais do que a música ou o show em si, o marketing vem se tornando o motor que alavanca o mercado de grandes espetáculos. Cada turnê é apresentada como um evento único e extraordinário em comunicados enviados em datas estratégicas, geralmente dias antes da abertura das vendas dos ingressos. E as ações têm dado certo, na maioria dos casos. Cria-se expectativa irreal para um show com anúncios na mídia e nas redes sociais, o que infla as vendas da turnê. Não raro, dias depois, são anunciadas uma ou duas “datas extras” que possivelmente já estavam reservadas de antemão no calendário dos artistas, à espera somente dos efeitos das ações de marketing. A rigor, mal nenhum há nisso. Nos últimos anos, shows em arenas e estádios – apresentados pelos artistas ao longo de turnês patrocinadas por grandes empresas, geralmente um banco – se tornaram recorrentes na agenda do showbiz nacional. Algo que já acontecia em muitos países do exterior, mas não era tão comum no Brasil. O mercado nacional está movimentado e, mesmo com ingressos caros, a procura geralmente é grande e, em alguns casos, é preciso correr para garantir um ingresso. Resta saber se, no caso do Brasil, esse mercado se sustentará a médio e longo prazo, ou seja, se essas ações de marketing estão calcadas em uma demanda real e duradoura. Ou se, caso contrário, trata somente de bolha que pode estourar a qualquer momento. Para o artista, por ora, tudo são flores. Para o público, que às vezes pena com a infraestrutura precária de alguns espaços de shows, a relação custo-benefício talvez nem sempre seja compensadora, no fim das contas, até porque nem todo produto tem o charme da embalagem. Todavia, a ordem é uma só, como na fotografia em que parecemos felizes: vamos sorrir! Afinal, como sentencia a canção composta por Irvin Berlin (1888 – 1989) para musical norte-americano de 1946, “there's no business like show business”.

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